30 setembro 2013

Amamentação - A despedida

Não sei bem como fazer esse post sem parecer repetitiva, mas se você tem paciência senta que lá vem história!

UM BREVE RESUMO DO INÍCIO
Quando Beatriz nasceu não sabia mamar. Demorou umas 2 semanas pras coisas entrarem nos eixos e de lá em diante minha filha se transformou numa bezerrinha. Sofreu nos primeiros 4 meses com cólicas durante a madrugada. Acordava de 3 em 3 horas pra mamar (livre demanda) e às vezes de 2 em 2 horas.
Mamou exclusivamente no peito, sem água, chá e afins até quase os 6 meses, quando entrou na creche e os alimentos sólidos foram introduzidos aos pouquinhos. Mesmo assim continuou mamando no peito muitas vezes por dia e continuava a acordar de madrugada pra mamar. Não aceitou fórmulas e nem chupeta.

2 ANOS E O AMOR AO PEITO
Os meses foram passando e até 1 ano e 4 meses, mais ou menos, amamentei em livre demanda. Minha filha pedia pra mamar ao acordar (pra voltar a dormir), após o almoço, no retorno da creche às 17h30, à noite antes de dormir (pra adormecer) e de madrugada (algumas vezes acordava 1 vez, outras 2, outras 3 e muito raramente dormia direto sem acordar).
Comecei a perceber que ela precisava do meu peito pra voltar a dormir.
Então resolvi ir diminuindo aos poucos as mamadas. Primeiro acabei com a mamada depois do almoço, que foi bem tranquilo. Com 1 ano e 7 meses acabei com a mamada da volta da creche. Essa foi mais difícil e ainda hoje de vez em quando ela pede, mas tentamos atrair a atenção com outra coisa e pronto.

A TÁTICA DO DODÓI
Difícil é tirar as mamadas noturnas, de uma criança que não é assim tão chegada à mamadeira e não sabe nem como é que se chupa uma chupeta.
Pois bem... muitas mães mais antigas me falaram: põe pimenta no bico do seio, passa mertiolate e etc.
Mas poxa, a minha história de amamentação foi tão dura no início, e tão gratificante durante quase 2 anos que não vou estragar tudo fazendo algo que pode traumatizar a nós duas. Então tentei conversar com ela, dizer não, explicar. Tentei, tentei, tentei... não foram duas ou três noites. Foram semanas. Sem sucesso. Sempre cedia pois os choros e gritos estavam me deixando de cabelo em pé. E do marido também. E da vizinhança bem provável que também.
Aí pensei: vou tentar essa tática das mamães mais antigas. Se ela reagir negativamente penso em outra coisa. Então coloquei um band-aid em cada bico e de noite quando ela pediu pra mamar pra conseguir dormir eu disse: "O titi da mamãe está dodói. Beatriz não pode mamar no titi. Quer mamadeira?"
Sabe o que ela fez?
Beijou meus seios e repetiu "Titi dodói". Me emocionei.
E nessa primeira noite não pediu pra mamar.
De madrugada quando acorda às vezes me chama, mas aí o papai vai lá, dá mamadeira e tudo certo. Às vezes ele não obtém sucesso e ela dá um baile, ficando acordada por horas na madrugada, mas peito não tem mais.
Percebi que minha filha não é mais um bebê. É uma menininha muito inteligente e que somente quer estar junto de mim.

Após essa tática foram pouquíssimas as noites em que amamentei para ela dormir. Às vezes acontece, especialmente quando ela está doentinha ou muuuuito chorosa.
Mas a regra é: mamar somente de manhã quando acorda.
É isso que estou fazendo, dando uma vez só quando ela acorda entre 06h e 07h, pra ela voltar a dormir. Se eu não der ela vai querer acordar de vez e como ainda não tem noites serenas de soninho profundo sei que ela precisa dormir mais de manhã pra ser uma criança feliz durante o dia.

Agora meu objetivo, nas férias, é desmamar de vez, já que quando ela acordar o papai vai estar junto, podendo fazê-la esquecer o titi, levando-a imediatamente pra fazer alguma atividade.

Sei que vou sofrer.
Já estou sofrendo.
Nesses últimos dias me pego olhando em seus olhinhos, suspirando, como se fosse a última mamada, como se esse vínculo de amor que construímos fosse quebrado no momento em que o desmame acontecer.
Não é nada fácil. Mas é para o nosso bem, eu sei. E para noites melhores, pra todos.

Sei que tudo que eu tinha o dever de fazer como mãe no quesito amamentação e que eu podia, eu fiz.
E por 2 anos!
Muitos me olham com olhos arregalados e bocas abertas quando digo que ainda amamento. Fora os palpites e opiniões furadas.
Mas quer saber?
Tô nem aí!

Me despeço lentamente da amamentação com lágrimas nos olhos, com o coração cheio de amor e com orgulho por ter vencido!


7 comentários:

Jonas Danker disse...

Parabens minha linda. Voce eh uma super mae.

Cláudia Leite disse...

Me emocionei, de verdade...
E parabéns por ser firme na amamentação, por ir demamando sem traumas, por ter nutrido a Bia por tanto tempo! Imagino a delícia que foi!

bjão em vcs!

jo nascimento disse...

Também desmamei a Duda com a tática do dodoi, com 3 anos e foi sem traumas pra nós duas, agora estou de novo sentindo o prazer de amamentar novamente e penso em amamentar a Bella por muito tempo como a irmã.bjs

Luci disse...

Eu amamentei tbm por 6 meses exclusivamente. com 10 meses exatos eu a desmamei pq eu precisa tomar por um tempo uma medicação não indicada pra quem amamenta. ela quase não sentiu falta, mas eu chorei por vários dias, me sentindo culpada do desmame. Hoje ela esta com 1 ano e quando olho todas as fotos amamentando, morro de saudade.

Daiana H. A. de Souza disse...

Que depoimento mais lindooo..Estou grávida de 5 meses e espero poder amamentar da mesma forma....
bjus
Daia

Nanda disse...

Nossa vc sempre me faz ficar emocionada, foi tudo tao lindo q escreveu, q nem sei o q falar.

Realmente essa fase de desmame nao é facil principalmente quando se formam um elo de 2 anos, espero q tudo ocorra tranquilamente para vc e a bb.
Bjim

Sarita Milene Lenzi disse...

Menina, como me emocionei com seu relato. Ainda amamento a Duda, 3 vezes ao dia. E estou querendo desmamar até o final do ano. Espero que seja sem traumas, também. Parabéns!!! Sarita