30 setembro 2014

Relato de parto - parte 1 de 2

13/09/14
Um sábado de noite.
O tampão mucoso começa a sair, aos poucos.

20/09/14
Outro sábado de noite e a quantidade de tampão aumenta.

24/09/14
Quarta feira. Mudança de lua.
Essa noite não dormi legal. Tá certo que faz muitos dias que não sei o que é dormir, mas nessa noite foi diferente. Parecia um "adeus" à barriga. Não quis dizer que estava sentindo que o Lucas viria nesse dia, pois minhas intuições sempre falharam, mas que eu me sentia bem diferente isso eu não posso negar.
Dormi de tarde e terminei os últimos preparativos pra chegada do Lucas. Inclusive deixei tudo encaminhado pro aniversário da Beatriz que será no dia 04, afinal a cesárea estava marcada pra dia 29, e voltando do hospital no dia 01 não daria tempo de terminar o que estava pendente.
Mal sabia eu o que me aguardava no final da tarde...

18h30 (aproximadamente)
Deitada no sofá, dando um chamego na Beatriz e de repente senti algo já conhecido por mim e que me marcou tanto naquele 06 de outubro de 2011: PLOC
Parecia que algo tinha desprendido, soltado dentro da minha barriga.
Seguiu-se uma cólica moderada.
Levantei, chamando minha mãe: "Aiiii mãe, vem aqui que eu acho que a bolsa rompeu".
Assim que levantei a água escorreu. Bem pouca, mas o suficiente pra saber que a hora estava chegando.
Subi pra tomar banho e pedi pra ligarem pro médico e pro Jonas, que não tinha chegado ainda do trabalho.
Fiz tudo com calma, inclusive lavei o cabelo e sequei com secador, o que tomou mais do meu tempo. Pensei que as contrações demorariam a engrenar, mas pra minha surpresa já no banho começaram mais fortes.
Marido chegou e foi só o tempo de pegar as malas já prontas, se despedir, especialmente da Beatriz, que não estava entendendo muito bem o que aquela correria significava e queria ir junto pro hospital.

No carro, as contrações vinham de 5 em 5 minutos, depois de 3 em 3 minutos e duravam 1 minuto cada e estava bem difícil de aguentar a dor, principalmente por causa das curvas e buracos na estrada.
Cerca de meia hora depois chegamos no hospital, que estava lotado!
Eu já havia feito o cadastro antecipadamente justamente pra agilizar o processo na hora da internação, mas acho que não adiantou nada nesse caso. Me deixaram sentada numa cadeira de rodas enorme, na qual eu nem conseguia encostar as costas direito, por uns 20 minutos, no lado de fora da entrada da emergência. Pediram pra aguardar a enfermeira me buscar. E as dores aumentando.
Meu marido indignado com a demora.
Enfim, alguém apareceu e me levaram pra sala de preparação.
Ouviram o coração do bebê e mediram minha pressão. Tudo ok. Até aí ninguém fez exame de toque e eu nem imaginava se tinha dilatado 1 ou 10cm. Pela minha dor e pelo espaçamento quase que inexistente entre as contrações imaginei que de 5cm tivesse passado, pelo menos. A enfermeira me informou que o meu médico havia chegado e que a cirurgia estava marcada para às 20h30. Lembro de ter pedido as horas pro meu marido e ele ter dito que era 19h45. Não acreditei! Pensei: não vou aguentar até lá. O Lucas vai nascer aqui mesmo, de pé, apoiada na mesinha ao lado da maca da sala de preparação.
Não queria deitar, não queria andar, não queria massagem, não queria nada. Só que me abanasse. Estava suando, gemendo e rezando pra que meu médico chegasse o quanto antes na sala.
Enfim meu médico chegou e fez o toque: 7cm!!!
E me informou que o hospital estava lotado e que não tinha nenhuma sala cirúrgica à disposição naquele momento, mas que ele iria atrás e tentaria me passar na frente devido ao estágio avançado em tão pouco tempo.

Muitas devem estar se perguntando o porquê de eu não ter tentado o PN já que faltava tão pouco.
Realmente faltava pouco em cm, mas em tempo, quanto faltava ainda? Ninguém sabe... poderia ser em 10 minutos, como poderia ser em horas, e sinceramente eu não estava mais aguentando. As contrações vinham uma atrás da outra, não tinha nem 1 minuto pra me recuperar de uma e lá vinha outra mais forte. A vontade de fazer força havia começado e travei, com medo de ter meu filho naquela sala.

Logo vieram me buscar dizendo que tinham conseguido uma sala cirúrgica.
Que alívio!
Assim que entrei na sala e vi meu médico e o anestesista que eu tinha feito a entrevista na semana anterior e que tinha ido com a cara dele, já me senti segura e mais calma.
Então o anestesista falou: lá vem uma contração. Registra ela na memória pois a próxima você não vai sentir mais. Curti aquela contração de despedida, respirei fundo e senti uma felicidade muito grande.
Na aplicação da anestesia veio mais uma contração, que senti durante a picada e tive que me concentrar muito pra não me mexer e estragar tudo. Pronto. A dor cessou completamente e a partir daí me entreguei à emoção do momento e todo o medo e insegurança que estava sentindo antes na espera, sem ninguém me auxiliando, a não ser meu marido, havia acabado. A partir daí foi tudo como eu imaginava que seria.
Comecei a curtir aquele momento que eu sabia que não viveria novamente, afinal ter 2 filhos já estava de bom tamanho e engravidar novamente não está nos nossos planos.

CONTINUA...

3 comentários:

Bruna Sversutti disse...

Estou curiosa para saber o desfecho e ver a carinha do Lucas!!

=D

paty disse...

ansiosa pra saber do final rsrsrsr

Anne kelly disse...

Que Deus abençoe muito vocês!!! Bem vindo ao mundo daqui de fora da barriga da mamãe Lucas...